Ia amanhecer...
Ela dormia e parecia em paz, depois de uns minutos antes ter sussurrado durante o sono, o nome do Paulo, o homem que amara e com quem vivera durante muito tempo.
Tinham-se separado há uns anos mas ela nunca deixou de o amar. Mesmo em sonhos, a imagem dele, a recordação dos bons momentos que viveram juntos, estava sempre viva, como uma melancólica obsessão, no rosto lindo da Fernanda.
O Carlos, agora ali deitado ao seu lado, sentia-se um estranho, um intruso, na intimidade que não lhe pertencia, que ainda era só dela e do Paulo.
Ela dormia e parecia em paz, depois de uns minutos antes ter sussurrado durante o sono, o nome do Paulo, o homem que amara e com quem vivera durante muito tempo.
Tinham-se separado há uns anos mas ela nunca deixou de o amar. Mesmo em sonhos, a imagem dele, a recordação dos bons momentos que viveram juntos, estava sempre viva, como uma melancólica obsessão, no rosto lindo da Fernanda.
O Carlos, agora ali deitado ao seu lado, sentia-se um estranho, um intruso, na intimidade que não lhe pertencia, que ainda era só dela e do Paulo.
Se
fizesse o que a vontade lhe dizia e beijasse aqueles lábios
entreabertos, na esperança de que ela acordasse com o mesmo desejo
que a invadia quando dormia com o Paulo, como poderia adivinhar qual
seria a sua reacção?
Se afastasse os lençois e lhe beijasse o corpo, como iria saber se na cabeça da Fernanda isso não surgiria como gesto de outro homem, daquele afinal que ela nunca esquecera?
E, se em vez disso, ele a acordasse mesmo e, simplesmente, lhe confessasse o enorme desejo que o estava a dominar, como se sentiriam ambos se ela lhe dissesse que não, que não tinha vontade?
Acariciou-lhe o cabelo, primeiro ao de leve, depois com maior firmeza, percorrendo com o polegar o rebordo da orelha, a seguir o pescoço, o ombro, as costas.
Tocou com os lábios na sua testa, deixou-os lá, e com um sopro cálido afastou-lhe os cabelos que lhe caíam em desalinho sobre os olhos fechados.
Fazia-lhe pequenas festas no rosto com uma das mãos e com a outra acariciou-lhe a anca.
Ela dormia ainda, mas ele sentiu o seu corpo mexer-se, contrair-se...
Se afastasse os lençois e lhe beijasse o corpo, como iria saber se na cabeça da Fernanda isso não surgiria como gesto de outro homem, daquele afinal que ela nunca esquecera?
E, se em vez disso, ele a acordasse mesmo e, simplesmente, lhe confessasse o enorme desejo que o estava a dominar, como se sentiriam ambos se ela lhe dissesse que não, que não tinha vontade?
Acariciou-lhe o cabelo, primeiro ao de leve, depois com maior firmeza, percorrendo com o polegar o rebordo da orelha, a seguir o pescoço, o ombro, as costas.
Tocou com os lábios na sua testa, deixou-os lá, e com um sopro cálido afastou-lhe os cabelos que lhe caíam em desalinho sobre os olhos fechados.
Fazia-lhe pequenas festas no rosto com uma das mãos e com a outra acariciou-lhe a anca.
Ela dormia ainda, mas ele sentiu o seu corpo mexer-se, contrair-se...
Beijou-lhe
o lábio inferior e disse-lhe baixinho que queria amá-la.
- Hummm, ainda não estou bem acordada, disse ela.
- Esse Hummm quer dizer apenas que não queres que te acorde, ou significa que seria bom para ti?, perguntou ele.
- Quer dizer que será muito bom, respondeu ela.
Beijaram-se longamente, ela pegou-lhe na mão e fê-la deslizar da anca para a barriga.
Durante muito tempo foram cavalgando o desejo com mais desejo, crescendo incontrolado até ao êxtase.
Por fim, serenaram saciados, ofegantes.
Feliz, o Carlos tentava, contudo, adivinhar se o Paulo tinha estado ali entre eles.
Rui Felicio
- Hummm, ainda não estou bem acordada, disse ela.
- Esse Hummm quer dizer apenas que não queres que te acorde, ou significa que seria bom para ti?, perguntou ele.
- Quer dizer que será muito bom, respondeu ela.
Beijaram-se longamente, ela pegou-lhe na mão e fê-la deslizar da anca para a barriga.
Durante muito tempo foram cavalgando o desejo com mais desejo, crescendo incontrolado até ao êxtase.
Por fim, serenaram saciados, ofegantes.
Feliz, o Carlos tentava, contudo, adivinhar se o Paulo tinha estado ali entre eles.
Rui Felicio
Maravilha!
ResponderEliminarEste é um Conto Mais Que Felício.
Lindo, este teu conto, que já demorava, Rui. Como sempre erótico e com "ses". Nestes momentos, deixemos as hesitações e para a frente, é o caminho - "que seja infinito, enquanto dure! Obrigada. Beijinho.
ResponderEliminarPois é Julia.
EliminarMinha explicanda de estimação-
Obrigado
ResponderEliminarAliás, Paulo Moura...
Mera coincidência, diga-se
Rui Felicio
Só a Fernanda poderá esclarecer se foi um encontro a dois ou a três...
ResponderEliminarSeja como for, mais um excelente conto que poderá integrar "contos felícianos"
E já está na forja.
EliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarFeliz não estaria....satisfeito sim.
ResponderEliminarPorque se estivesse feliz, nunca o Carlos poria a hipótese de o Paulo estar presente mentalmente num momento tão intenso do casal!
Gostei de mais este teu conto.
ResponderEliminarAbraço
Obrigado Rafael
EliminarObrigado Rafael
EliminarGostei muito , Rui. E espero, já que o conto é uma narrativa aberta, que o Carlos e todos ou outros Carlos, saibam surpreender sempre as suas " Fernandas " para que os fantasmas do passado não tenham força para assombrarem o presente.
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