Web Analytics

sábado, 16 de março de 2013

UMA QUESTÃO DE FÉ


Na conferência de Imprensa dada pelo ministro Vitor Gaspar e alguns secretários de Estado, uma linha comum ligou os seus herméticos discursos.
Nenhuma das perguntas feitas pelos jornalistas presentes obteve qualquer resposta objectiva e concreta, refugiando-se os conferentes em lugares comuns, frases feitas, manifestações de intenção e fé, muita fé.

Senão vejamos:

Às perguntas sobre se o governo finalmente admitia que tinha falhado nas metas do défice que tinha declarado há um ano, Vitor Gaspar refugiou-se na enunciação dos vários conceitos de défice estrutural, para finalmente declarar “ex catedra” que tinha fé, muita fé, em que os objectivos iam ser cumpridos.
Ou seja, tudo se resume a uma questão de fé...

Questionado sobre quantos trabalhadores da Função Pública e da RTP iam ser despedidos, o secretário de Estado Helder Rosalino disse que iria reunir-se para a semana com os parceiros sociais e que, portanto, não estava ainda em condições de responder à pergunta antes disso.
Mas afirmou que tinha muita esperança e fé em que tudo iria correr bem.
Ou seja, tudo se resume a uma questão de fé...

Interrogado sobre se a propalada reforma do Estado consistia somente em sacar mais 4 mil milhões aos depauperados bolsos dos contribuintes, o secretário de Estado Carlos Moedas, especialista em modelos Excel, disse que acreditava e tinha esperança que os esforços dos portugueses seriam recompensados em prazo curto.
Ou seja, tudo se resume a uma questão de fé...

Em resposta à pergunta sobre se terão valido a pena tantos sacrificios do povo, quando afinal, o governo nem sequer conseguiu reduzir o défice orçamental a que se tinha proposto e que considerava ser essencial para o chamado ajustamento das finanças de Portugal, o secretário de Estado Luis Morais Sarmento alegou que estava confiante em que os objectivos serão cumpridos graças ao comportamento louvável dos portugueses.
Ou seja, tudo se resume a uma questão de fé...

Com esta equipa, liderada por um não menos confiante primeiro-ministro que em declarações à televisão corroborou todas estas palavrosas e ocas declarações, sou obrigado a concluir que tudo se resume a uma questão de fé...

Ou seja, a menos que expulsemos esta gente rapidamente, devemos, com abertura de espírito, respeitar a sua fé e as suas convicções.
Que cada um deles fique com as suas fezes!


Rui Felicio

2 comentários :

  1. Nada tenho a acrescentar ao teu modo de avaliação sobre as respostas...
    Que fiquem mesmo com as suas fezes e fiquem soterrados nessas "fezes" de vez!
    Suportarei o cheiro como se fosse um perfume néctar só para os não querer mais a destruir-nos!...

    ResponderEliminar
  2. Sempre que os governantes não sabem explicar os fenómenos, gerados por pura inépcia e mediocridade de competências, a tal fé a que se refere é propalada sempre como uma hipotética tábua de salvação para lançar aos afogados em asfixia. Não é uma questão de fé que os motiva, mas sim as costumeiras promessas não alicerçadas para levar os descrentes a acreditar nelas e assim ir adiando soluções, numa gritante hipocrisia de quem não tem fé em mesmo nada!...

    ResponderEliminar